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Os guardados da história

Santuário do Caraça - 250 anos

O ano de fundação é impreciso, por volta de 1774. Mas desde que foi criado pelo Irmão Lourenço de Nossa Senhora, o Santuário do Caraça é um centro de peregrinação que atrai romeiros e turistas do Brasil e do mundo.

Desde 1994, esse atrativo histórico é também uma RPPN (Reserva Particular do Patrimônio Natural), uma área de mais de 10 mil hectares de preservação ambiental.

O Santuário do Caraça celebrou  dois aniversários desse patrimônio histórico, cultural e religioso, seus 250 anos e dos 30 anos da RPPN.

Santuário do Caraça

A 120 quilômetros de Belo Horizonte, entre os municípios mineiros de Catas Altas e Santa Bárbara, esse santuário começou com a construção de uma capela barroca dedicada à Nossa Senhora Mãe dos Homens. O local é considerado a primeira igreja neogótica do Brasil e foi construído sem mão-de-obra escrava, em pedra-sabão, mármore e quartzito.

O Irmão Lourenço de Nossa Senhora, figura central na fundação do Santuário, dedicou sua vida à construção de um hospício e de uma capela barroca, criando assim um centro de atração espiritual em meio ao tumulto minerador.

Atualmente, o conjunto arquitetônico do Caraça abriga também o antigo Colégio (hoje, museu e biblioteca), uma pousada com 57 apartamentos e quartos, e a Fazenda do Engenho, com 26 apartamentos.

Para quem vai fazer turismo, as opções são atividades como trilhas, prainha no Ribeirão Caraça, quedas d’água, piscinas naturais e sete picos para escalada, como o Pico do Sol, o mais alto da Cadeia do Espinhaço, a 2.072 metros.

Com atividades que vão das familiares às mais complexas, o destino tem atividades como a trilha de dois quilômetros, aproximadamente, até o Mirante do Cruzeiro, caminhada de fácil acesso com vista frontal do complexo arquitetônico do Caraça.

Outras opções são as históricas Gruta de Lourdes, com acesso por uma trilha íngreme de três quilômetros que leva também à Capelinha do Coração de Jesus, a 200 metros acima do Centro Histórico.

Uma das atrações mais famosas do santuário é a visita ilustre do lobo-guará, símbolo do bioma Cerrado e maior canídeo do continente, que costuma dar as caras no adro da igreja, onde são colocadas bandejas com carne para atrair os animais.

Eles não têm hora marcada para chegar e a espera é conhecida como a “hora do lobo”, que costuma ser a partir das 18h30. Enquanto isso, funcionários do Caraça proporcionam aos hóspedes conversas informais sobre educação ambiental e as características do lobo-guará.

A prática começou quando lixeiras começaram a amanhecer reviradas na primeira igreja neogótica do Brasil, em 1982, e se acreditava que cachorros andavam rondando a construção do século 18.

Os religiosos não só estavam enganados como também viam nascer um dos atrativos mais procurados da região.

No ano passado, foram relembrados os 55 anos do grande incêndio que dizimou o antigo Colégio do Caraça, atual Santuário do Caraça, quando alunos e padres do educandário foram acordados pelas chamas.

Naquela noite de 1968, o incêndio começou com um pequeno fogareiro elétrico esquecido ligado, dando início ao alvoroço que tomou conta do local. Entre as instalações atingidas estavam setores como o Museu de História Natural, farmácia, gabinete dentário, enfermaria, salões de estudo, dormitórios e biblioteca.

“Quase tudo foi consumido e, após o fato, a instituição de ensino, Colégio e Seminário, não voltaram mais a funcionar”, explica Pablo Azevedo, gerente geral do Santuário do Caraça.

Ainda de acordo com Pablo, o acervo de cerca de 15 mil obras da biblioteca foi salvo pelas pessoas que testemunharam a tragédia que, felizmente, não fez nenhuma vítima.

Em 1970, porém, a PBCM (Província Brasileira da Congregação da Missão) decidiu que o Caraça retomaria sua vocação histórica, transformando-se em um centro de peregrinação, cultura e turismo.

Atualmente, esse atrativo mineiro é uma RPPN (Reserva Particular do Patrimônio Natural), focado na educação e preservação ambiental.

 

SERVIÇO – Santuário do Caraça

Estrada do Caraça, Km 9 – acesso pelas rodovias BR-381 e MG-436.

Uma forma diferente de chegar é no trem de passageiros que faz a rota Belo Horizonte (MG) e Cariacica, na região metropolitana de Vitória (ES). A viagem até a estação Dois Irmãos, em Barão de Cocais, dura cerca de 1h30 e custa a partir de R$ 22 (classe econômica).

Taxa entrada no Santuário: de R$ 30 (semana) a R$ 40 (finais de semana, feriados e datas comemorativas).

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